As primeiras três corridas do ano reafirmaram para a equipe alemã o que Lewis Hamilton já havia avisado: o carro precisa de mudanças significativas para que os pilotos consigam voltar a brigar por vitórias.
Por: Anne Aguiar, Setorista.
Após o Grande Prêmio da Austrália e na busca por tais melhorias, a equipe comandada por Toto Wolff procura adiantar as atualizações que estavam previstas para Ímola.
Ainda assim, Hamilton conseguiu entregar um bom resultado para o time de Brackley em Melbourne. Mesmo com as dúvidas em torno de como o W14 se comportaria no final de semana, as surpresas positivas vieram. Com ótimas largadas, o heptacampeão conseguiu liderar a corrida por algumas voltas até ver o RB19 de Max Verstappen encostar com facilidade para tomar sua posição - o que já era esperado. Entretanto, Lewis conseguiu segurar a Aston Martin de Fernando Alonso e levou para casa o segundo lugar.
Apesar do bom resultado, o britânico assumiu em entrevistas recentes que não se sente conectado e confortável em seu principal meio de trabalho. Contudo, o piloto 44 afirma que tem dado seu melhor para que essa conexão aconteça o mais rápido possível, sem deixar passar batido a certeza de que quando acontecer estará preparado para brigar pelo octacampeonato.
Enquanto isso, George Russell assistia as coisas fluírem favoravelmente bem para seu parceiro em um domingo que claramente não era o seu dia, já que tudo ocorreu totalmente fora do esperado. O piloto 63 - que largou na primeira fila - assumiu a liderança logo na largada, antecedendo o erro de estratégia que o deixou em desvantagem para os demais pilotos do grid. O toque de má sorte não parou por aí e, além do que já havia ocorrido, o jovem teve que observar seu carro em chamas enquanto percorria a volta 18 na quarta colocação. Deste modo, o primeiro DNF veio e obrigou a escuderia a olhar atentamente o time de Lawrence Stroll avançar na vice-liderança do Campeonato de Construtores.
Agora, o mais importante para a Mercedes é conseguir entregar um monoposto onde seus pilotos consigam a confiança necessária para mostrar nas pistas um trabalho consistente. Com a volta de James Allison consolidada, o chefe de operações técnicas afirmou que as novas atualizações estão cada vez mais próximas. Visando o GP do Azerbaijão, as fábricas estão a todo vapor para que tudo saia conforme o esperado e que o novo pacote esteja pronto até o fim do mês.
“Estamos trabalhando tão duro quanto podemos na parte de projetos para converter coisas que o túnel de vento concluiu há algumas semanas em desempenho do carro na pista. O trabalho também está sendo feito para trazer atualizações de partes mecânicas para o carro, com diferentes componentes de suspensão que acreditamos que irão ajudar o equilíbrio do carro e a torná-lo mais fácil de guiar. Desta forma, vai dar aos pilotos mais confiança para nos levar até o limite.”
De acordo com Allison, há um novo desafio pela frente. Em função da diferença do traçado de Melbourne em comparação a Baku, é possível que só saberão lidar com o W14 na próxima etapa, quando o carro estiver efetivamente na pista. E por conta do novo formato que será testado no final de semana, poderá ocorrer somente um Treino Livre, tornando as coisas mais difíceis.
“É muito difícil responder, porque são pistas bastante diferentes. Melbourne tem limitações na dianteira do carro, põe muita pressão no eixo frontal, provavelmente Baku é uma pista mais voltada à traseira do carro. São circunstâncias bem diferentes. Temos motivos para pensar que, enquanto seguimos trabalhando com nosso carro, vamos conseguir passar de Melbourne para um desafio tão diferente quanto Baku e ainda mostrarmos bom resultado, mas vamos saber somente quando colocarmos o carro na pista.”
Por tanto, com apenas três semanas para lidar com várias questões, o time tem muito trabalho pela frente na busca por entregar bons resultados para seus fãs e, principalmente, para a dupla britânica. E com as expectativas cada vez maiores ao redor do mundo, o que resta é esperar os próximos capítulos do desenrolar da temporada mercedista.
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