Em entrevista realizada nesta quinta-feira (28) para a edição italiana do Motorsport, o piloto monegasco falou sobre os últimos acontecimentos em relação ao seu carro e sobre o mundial.
Por: Maria Eduarda Lima, Setorista.
Na entrevista, Charles foi questionado sobre o que ele acha da decisão de Vettel de aposentar-se.
“Para mim é triste, mas acho que Seb já pensou na decisão por muito tempo, e tenho certeza que ele ficará muito feliz no futuro. Vai ser estranho não vê-lo no paddock, da minha parte posso dizer que aprendi muito quando tive a oportunidade de trabalhar com ele, e ele sempre foi gentil comigo. Vou sentir falta dele, mas desejo-lhe tudo de bom. Tenho certeza que ele encontrará outras coisas que o farão feliz de uma forma diferente”.
O monegasco também foi perguntado se tinha alguma lembrança especial do tempo em que teve Sebastian como companheiro de equipe.
“Há muitos momentos, principalmente fora da pista, momentos simples que vivemos na fábrica e geralmente a forma como nosso relacionamento evoluiu ao longo do tempo. Quando cheguei à Ferrari fiquei muito impressionado, provavelmente aos olhos dele eu teria sido estranho, mas na realidade eu era apenas tímido e às vezes não sabia o que dizer quando estava com ele. Agora Seb é um amigo, sempre escrevemos um para o outro, e ele fez isso no domingo depois da corrida, ele sempre tenta me animar quando estou passando por um momento difícil. É bom ver como cresci desde que o conheci pela primeira vez”.
Além disso, o piloto também falou a respeito do erro em Paul Ricard e sobre a expectativa para a Hungria.
“Não faz sentido ficar pensando no que aconteceu, não me ajuda. Eu cometi um erro, me custou muitos pontos, estou ciente disso e é isso. Agora só tenho que seguir em frente, focar 100% para este fim de semana e tentar fazer o melhor trabalho possível. Temos de tentar vencer esta corrida, e depois tenho a certeza que vai correr bem.”
“Acho que teremos um bom carro, pessoalmente no passado, tanto em Paul Ricard quanto em Budapeste, lutei muito, mas antes desta temporada também foi assim na Austrália e, em vez disso, tive um ótimo fim de semana em Melbourne. Espero que este fim de semana possa reverter essa tendência aqui também”, acrescentou Charles.
Ademais, o piloto da Ferrari comentou sobre ser conhecido como autocrítico e se houve muita pressão em Paul Ricard.
“É difícil responder, mas você aprende com qualquer erro. Provavelmente a abordagem, eu estava forçando muito e Max estava fazendo isso também, e foi isso que me levou a falhar. É difícil abrir mão de um ou dois décimos para não errar? Provavelmente não, mas agora só quero olhar para frente e pronto”.
“Não, a pressão real foi nas voltas anteriores, quando Max foi atacado atrás de mim. Quando ele mudou para uma estratégia diferente, eu sabia que tinha que me esforçar e focar na minha corrida, e era isso que eu estava fazendo. Mas obviamente quando você luta com os limites, às vezes podem acontecer erros, eu fui longe demais, e é isso”, encerrou Leclerc.
Roberto Chinchero perguntou ao monegasco se a questão da Ferrari não ganhar um título mundial a muitos anos pesa na sua mente, ao que ele respondeu:
"Não, na verdade não. Não penso nisso, Ferrari ainda é Ferrari, mas hoje estamos em um contexto diferente. Os últimos dois anos foram muito difíceis para nós, demos um passo incrível nesta temporada, voltamos a lutar pela vitória. Obviamente o objetivo continua sendo ser Campeão do Mundo, mas o fato de terem passado tantos anos desde a última vitória mundial não adiciona nenhuma pressão”.
Charles também falou se acredita que a Ferrari construiu uma vantagem sobre a Red Bull em relação ao gerenciamento de desenvolvimentos.
“Temos um carro muito bom. O que mais me surpreende é o ritmo de corrida e a gestão dos pneus, como vimos muito bem na Áustria. Avaliamos algumas coisas no sábado à noite após a corrida de qualificação, especialmente em termos de pilotagem, e isso parece ter nos levado a dar um bom passo à frente que será positivo para o resto da temporada. Mas na qualificação ainda parecem estar bem fortes”.
Por fim, o piloto da Ferrari falou sobre as expectativas para o resto do campeonato e se acredita que a equipe italiana possa se consagrar campeã este ano.
“Se vencermos todas as corridas restantes, com Max sempre em segundo, ainda podemos ganhar o título. Eu confio em mim mesmo, mesmo que seja uma tarefa bastante exigente. Vamos ver como corre, sei que é uma meta muito otimista, mas quero ver assim e vou acreditar até o fim”.
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