Em entrevista a alguns meios de comunicação após o encerramento da temporada atual, o heptacampeão afirmou ter cogitado colocar seu capacete de lado depois do controverso Grande Prêmio em Yas Marina.
Por: Anne Aguiar, Setorista.
Mesmo dois anos depois, a corrida marcada por decisões polêmicas dá até hoje muito o que falar e gera muitas discussões. Entre concordâncias e discordâncias, Lewis Hamilton ainda não havia se expressado sobre os acontecimentos tão abertamente. Contando o quão difícil foi viver todo aquele momento e ao mesmo tempo tentar lidar com as emoções afloradas, o britânico chegou a pensar em uma aposentadoria já que segundo ele "havia muita coisa passando pela cabeça durante esse período”.
Entendendo o quanto uma decisão tomada de cabeça quente pode afetar o rumo das coisas, o filho de Anthony refletiu.
“Acho que uma das piores coisas que você pode fazer é tomar decisões com base nas emoções, porque quando você está emocionado e no calor do momento, na maioria das vezes, você não toma as melhores decisões.”
O cavaleiro decidiu, então, se afastar e organizar seus pensamentos.
"As emoções estavam à flor da pele. Foi um período muito, muito difícil, então tive de esperar que as coisas se acalmassem, que eu tivesse clareza de pensamento e pudesse tomar as decisões certas.”
O heptacampeão também contou ter passado um tempo com os sobrinhos e a família, até que sentiu que era o momento de se reerguer.
"Eu estava perto da minha sobrinha e do meu sobrinho. E estava em um lugar lindo, no Havaí, com a minha família, e em um ponto em que me senti realmente satisfeito e senti que só queria me levantar de novo e continuar.”
Atualmente, Lewis segue pilotando pela Mercedes. Com um companheiro de equipe novo desde o início do ano passado, a dupla não tem vivido bons momentos com o time alemão, o qual deixou a desejar nos dois monopostos seguintes ao ocorrido. Todavia, o #44 já revelou em diversos momentos ainda sentir a mesma paixão da primeira vez em que pilotou um carro da categoria e, por isso, já tem assento garantido até o final de 2025.
Relembre
Antes da icônica corrida no Brasil em 2021, o oitavo título parecia perdido - ou distante de se tornar realidade. Entretanto, com algumas atualizações no W12 e um final de semana de altos e baixos em Interlagos, Hamilton cruzou a linha de chegada em primeiro transformando o que até então soava "impossível" numa luz no fim do túnel. O piloto, que na época tinha 36 anos, ressurgiu como uma fênix e nas corridas seguintes somou todos os pontos necessários para chegar em Yas Marina empatado com seu adversário direto Max Verstappen.
Entrando na 22ª e última etapa do ano com o primeiro objetivo alcançado, as coisas ainda pareciam complicadas visto que o holandês teria a vantagem de largar com vista livre e os pneus até então ideais para o momento. Contudo, o pai de Roscoe assumiu a liderança ainda na largada e abriu alguns bons segundos de vantagem, mantendo a distância e o rival sob controle.
Entre pit-stops e disputas acirradas - principalmente com Sergio Pérez -, a vitória parecia certa. Porém, a história mudou em questão de segundos para o britânico e, diante de seus olhos, a taça escorreu por suas mãos quando Nicholas Latifi acionou a bandeira amarela ao bater no muro da curva 14. Com o Safety Car na pista, decisões contestáveis acerca dos carros retardatários que os separavam, três voltas para o fim e as condições de pneus desfavoráveis, um “erro humano” - de acordo com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) - passou a comandar o que era para ser o encerramento de uma das maiores, quiçá, a maior das temporadas da era moderna.
Entre polêmica e polêmica, Max assumiu a ponta, tirou qualquer chance de Lewis recuperar a posição perdida e acabou conquistando o primeiro Campeonato de Pilotos.
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